Ultrapassando a marca das 100 milhões de visualizações
nos seus vídeos, Braúlio Bessa viu na internet e nas redes sociais um campo
fértil para divulgar suas poesias e fazer a literatura de cordel alçar vôos
cada vez maiores. O nordestino de Alto Santo, no sertão do Ceará, esteve em
Teresina esta semana e falou um pouco sobre seu trabalho e da relação com a
internet como aliada na difusão da cultura regional.
Os
primeiros escritos vieram ainda na adolescência, quando Braúlio colocou no
papel suas impressões sobre a vida no sertão e tudo que lhe cercava. “Eu falo
muito que o processo de construção poética de Bráulio Bessa surge da minha
meninice. O contato com a poesia veio aos 14 anos, mas a minha linguagem
poética vem desde criança, do que eu vivi, do que eu cheirava, comia”, define.
Por
muito tempo a produção poética ficou guardada na gaveta até ser compartilhada
entre internautas e admirada por telespectadores. A inspiração para fazer arte
com as palavras nasceu durante um trabalho escolar, quando Braúlio Bessa se viu
diante da missão de falar sobre Patativa do Assaré, poeta de grande destaque na
literatura cearense, cuja obra ganhou o país.
Braúlio Bessa disse que não
chegou a conhecer Patativa pessoalmente, mas revelou que teve um contato
espiritual com o poeta durante as festividades de aniversário da cidade natal
do escritor, Assaré. Lá, Braúlio conheceu parte da família de Patativa e lembra
ter sentido a atmosfera da poesia de seu mestre inspirador.
“Consegui sentir o cheiro dele , o sangue e ele
estava presente. Fiquei muito emocionado nesse dia e hoje não digo mais que não
tive a oportunidade de conhecê-lo”.
A
vontade de divulgar ao máximo a literatura de cordel aliada à necessidade de
conferir dramaticidade e emoção aos seus versos foram fundamentais para que
Braúlio Bessa pegasse o celular e começasse a gravar os vídeos. Foi aí que veio
a idéia de usar a internet como se fosse uma "grande" feira na qual
os cordelistas estão acostumados a declamar os seus poemas.
“A poesia declamada é muito mais forte quando
escrita, principalmente o cordel, modalidade poética extremamente forte que
quando se declama ganha uma dramaticidade, uma emoção muito maior. Os poetas
vão pra feira, montam uma barraquinha, declamam e ali eles mostram a sua arte.
Eu olhei pra internet e disse: 'que feira medonha!' De tanta gente você não
sabe onde começa nem onde termina. Fiz da internet a minha feira”, contou Braúlio.
Hoje, além dos vídeos no Youtube, Braúlio Bessa
participa semanalmente do programa na Globo, “Encontro com Fátima Bernardes”,
no qual declama suas poesias no quadro Poesia com Rapadura, nome também dado ao
seu primeiro livro, lançado recentemente em Fortaleza.
“A gente vê a internet acusada de ser a vilã no
processo de esquecimento das raízes. Ah porque a criança não solta mais pipa,
não joga mais um pião porque tá com celular na mão ou no computador. Eu
identifiquei ali, mesmo que de forma contraditória, não um vilão, mas sim um
aliado. Daí levar poesia para internet e daí chegar à televisão. E quando se
fala em televisão é conquistar um espaço para a poesia popular nordestina na
maior emissora de TV do país em um programa de 11h da manhã. Isso é muito forte",
finalizou.
fonte:g1.globo.com
Cadastrado em 04-05-2017 11:01:49
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